Qual o papel dos laboratórios de pesquisa no fomento da ciência e tecnologia entre os graduandos?

 *Por Nathália Virginia Veloso Aguiar


Você tem notado que a tecnologia está evoluindo tão rapidamente que muitas vezes é até difícil de acompanhar? Se você tem essa percepção, deve gostar de tecnologia e ciência. Não é necessário ser uma pessoa apaixonada por ela para perceber que o conhecimento e a integração de técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos estão em constante evolução para a resolução de problemas de qualquer área.

Em sua frase atemporal: “A ciência de hoje é a tecnologia de amanhã”, Edward Teller apontava a importância da ciência para a produção de tecnologia. Mas também está mais do que claro que a ordem dos fatores não altera o produto, pois a tecnologia de hoje é a ciência de amanhã.

Isso porque a constante evolução tanto no meio digital, como na forma de equipamentos, tem viabilizado a aquisição de conhecimentos sistematizados através de inúmeras ferramentas. Em especial, destaco as que possuem potencial de solucionar  gargalos da sustentabilidade no meio rural, uma vez que eles possuem causas e processos de desenvolvimento complexos devido à suas relações com aspectos culturais, econômicos, políticos e sociais, precisam portanto, de técnicas modelativas e dinâmicas, e de equipamentos modernos.

Por exemplo, o estudo da dinâmica de uso do solo e ocupação ao longo do tempo através de imagens de satélites, usando modelos de simulação espacialmente explícitos gerados em plataformas de modelagem ambiental, que tem sido cada vez mais usuais pois eles permitem representar os aspectos físicos, sociais e econômicos do mundo real, bem como suas interações nos processos ecológicos, auxiliando tanto na gestão territorial, como na promoção de projetos de restauração florestal de larga escala e apoio à políticas públicas. 

Se você está lendo este texto, provavelmente reconhece que professores ou pesquisadores com quem já teve contato tiveram um papel importante no desenvolvimento de sua capacidade crítica, investigativa e entusiasmo em aprender. Isso porque a vontade de cooperar em prol de um propósito, causa, trabalho ou objetivo é forte o bastante para unir diferentes pessoas de diferentes áreas do conhecimento.

Daí a importância dos laboratórios de pesquisa, pois afinal, um bom aluno e futuro profissional não é formado só por livros, fórmulas, conceitos e boas notas. Ter a oportunidade de participar de um laboratório de pesquisa é construir networking por estar inserido em um ambiente descontraído, desenvolver confiança e responsabilidades, e promover sua experiência profissional. E não para por aí, estes ambientes de pesquisa proporcionam também ótimas oportunidades para desenvolvimento de novas habilidades. Foi neste contexto que descobri com o que amo trabalhar.

Com a oportunidade de atuar por dois anos no Centro de Pesquisa e Extensão em Geotecnologias (CePE-Geo), da UFSCar campus Lagoa do Sino, pude participar de projetos de pesquisa e extensão, ser treinada e promover treinamentos, estar sempre atualizada com as inovações, ferramentas e equipamentos da área de geotecnologias e contribuir para a resolução de problemas do meio urbano e rural.

 Mesmo após formada e agora fazendo parte de outros laboratórios: o Laboratório de Silvicultura Tropical (LASTROP) e o Laboratório de Hidrologia Florestal (LHF), sigo membro e contribuindo com o CePE-Geo, e em contato com membros do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (LERF).

Se você já faz parte da equipe NewFor ou de algum Laboratório de pesquisa, com certeza já está por dentro e atualizado das novidades e tecnologias envolvidas nas grandes áreas do conhecimento que os circundam, podendo contribuir com as causas e objetivos que te movem. Caso não esteja, fica aqui minha recomendação para participar de um laboratório ou projeto de pesquisa, e aproveitar o melhor da graduação. Se esse texto te fez lembrar daquele amigo interessado, compartilhe com ele e conversem sobre. 



*Bio: Engenheira Ambiental pela Universidade Federal de São Carlos - Campus Lagoa do Sino e, atualmente mestranda em Recursos Florestais na USP/ESALQ e TT3 do Newfor. Lattes. nathaliavelosoaguiar@gmail.com.


**O texto acima é um artigo de opinião, e não representa a opinião de todos os membros do NewFor ou de seus órgãos financiadores.

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