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Mostrando postagens de novembro, 2020

Como o tratamento de esgoto e os estudos ecotoxicológicos podem contribuir para conservação dos recursos hídricos

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 Por Laís R. D. Sommaggio Algo que todos já ouvimos falar é que a água é um recurso natural essencial para  a vida. Mas você já parou para pensar o porquê ela é tão importante e como utilizamos esse recurso? A água é um componente bioquímico de todos os seres vivos, sendo indispensável para o desempenho das funções vitais dos organismos. Além disso, ela também é o meio de vida de várias espécies animais e vegetais, bem como, é essencial para diversas atividades socioeconômicas, dentre elas a agricultura e a pecuária. A maior parte do planeta Terra é constituída de água, no entanto, apenas 3% equivale a água doce. Desse percentual, a maior parte está localizada em calotas polares, geleiras e icebergs, restando apenas 0,3% de água doce disponível. Em termos globais, o Brasil possui cerca de 12% da disponibilidade de água doce do planeta, mas a distribuição natural desse recurso não é equilibrada, a região Norte concentra cerca de 80% do total disponível e as regiões próximas ao Oceano At

Saneamento no Brasil: universalização dos serviços ou acesso universal?

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Só é possível falar em saúde onde há saneamento. A Constituição Federal de 1988 (CF/88), em seu artigo 196, define que a “a saúde é direito de todos e dever do Estado” sendo obrigatória a garantia do acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. Essa associação entre saúde e saneamento é tão direta e reconhecidamente na visão dos legisladores que, entre os princípios que norteiam o Sistema Único de Saúde (SUS), definidos por lei específica, está prevista a competência de participação, implementação de políticas públicas e execução de ações relacionadas aos serviços de saneamento básico – Lei Federal Nº 8.080/1990.   As empresas de saneamento iniciaram-se no Brasil em meados de 1971, a partir da instituição, pelos militares, do Plano Nacional de Saneamento (PLANASA) que vislumbrava como objetivo último a universalização dos sistemas de saneamento. Entretanto, o PLANASA pecou pela falta de planejamento e a ausência da percepção e assunção

Semeando água para o presente e o futuro

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Por Andrea Pupo e Alexandre Uezu  Você já parou para pensar na relação que existe entre as florestas nativas e um bom prato de comida? E acredita que suas atitudes de consumo são responsáveis pela evasão rural no seu município? E pelas mudanças climáticas?  Essas e outras perguntas movem a equipe do projeto Semeando Água do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas. Há 10 anos o instituto vem pesquisando e trabalhando na região do Sistema Cantareira de abastecimento de água, um dos maiores do mundo, que abrange 5 municípios no sul de Minas Gerais e outros 7 localizados do interior de São Paulo. Apesar de sua importância por abastecer cerca de 40% da Região Metropolitana de São Paulo (cerca de 7,6 milhões de pessoas) e mais 5 milhões de pessoas no interior, a região do Sistema Cantareira apresenta baixa resiliência às variações climáticas, aumentando os riscos de novas crises hídricas, como a que aconteceu entre os anos de 2014 e 2015, quando os reservatórios chegaram a menos de 5% da cap

A importância da conservação e restauração de nascentes

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Por Ricardo H. Taniwaki As nascentes, localizadas em áreas de cabeceira, são consideradas um dos mais importantes componentes da paisagem. Nelas são encontradas a melhor qualidade de água em uma bacia hidrográfica e importantes processos biológicos ocorrem nestes ambientes, que garantem que a água continue fluindo com qualidade rio abaixo. Para entendermos a localização das nascentes, precisamos primeiramente entender o conceito de bacia hidrográfica, na qual é caracterizada por uma determinada área na qual toda a chuva que cair nesta área irá verter para um único ponto de saída (Porto & Porto, 2008). Nas bacias hidrográficas são encontrados rios e riachos de diversos tamanhos, tanto em largura quanto em profundidade. Esses rios e riachos são classificados em “ordens” e a classificação mais comum é a proposta por Horton-Strahler (Strahler, 1964). Nesse tipo de classificação, são atribuídas classes a cada bifurcação de rios e riachos, sendo considerado o de “primeira ordem” aq