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Mostrando postagens com o rótulo Restauração ecológica

Corredores de vida no Pontal do Paranapanema

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Por Laury Cullen Junior e Ricardo Gomes César O IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas atua há 29 anos na pesquisa, geração de renda, educação ambiental e conservação e restauração de ecossistemas nativos em diversas regiões do Brasil. Esta longa trajetória conta com a colaboração de comunidades locais, pesquisadores, profissionais da área de conservação, empresas e parceiros nacionais e internacionais. Hoje o IPÊ é uma das maiores ONGs ambientais do Brasil, tendo recebido diversos prêmios e fundos internacionais pela sua contribuição para a biodiversidade. Mas toda essa história começou no extremo oeste do estado de São Paulo, no Pontal do Paranapanema. Espécies endêmicas vulneráveis ou ameaçadas de extinção, como o mico-leão-preto ( Leontopithecus chrysopygus ), grandes mamíferos, como a onça pintada ( Panthera onca ) e anta-brasileira ( Tapirus terrestris ), grandes fazendas, assentamentos rurais, o maior rio que passa pelo estado de São Paulo (Rio Paraná), o maior remanescente flo...

Os campos do Pampa resistirão à conversão?

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Por  Rosângela Gonçalves Rolim Poucos sabem dizer qual era a vegetação original que cobria o Rio Grande do Sul (RS) antes da chegada dos portugueses. Muitos diriam que se tratavam de imensas florestas. E em parte isto está correto: grandes áreas foram desmatadas na metade norte do Estado, como contam algumas músicas gaúchas, como “Balseiros do Rio Uruguai”, de Cenair Maicá. Árvores estas derrubadas especialmente para a exportação de madeira. Mas tantas outras músicas falam dos campos e da “lida campeira”, como em “Costumes Missioneiros” de Noel Guarany. O “campo” é a vegetação que predomina na metade sul e noroeste do Rio Grande do Sul, muito associado à cultura do gaúcho. Diferente das florestas, onde as árvores são dominantes, nos campos predominam plantas de menor porte: as ervas, subarbustos e arbustos. Dentre as ervas destacam-se as gramíneas que pelo seu predomínio, quando vistas de longe, aparentam formar um imenso tapete homogêneo. Mas observando de perto, a biodiversidade ...

A restauração de mundos escondida no infinito de uma semente

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Foto: Alex Mendes   Por  Nurit Bensusan A restauração ecológica parece uma tarefa técnica, replantar um conjunto de árvores que existia antes e não existe mais. Descobrir as melhores formas de fazer isso, reduzir custos, poupar tempo, enfim, tudo que uma atividade técnica requer... A verdade, porém, é que a restauração não é isso. Possui, obviamente, um componente técnico, mas se trata de outra coisa:  a restauração ecológica trata da recriação de mundos. Vale enfatizar que uma floresta não é o coletivo de árvores, um ecossistema não é um coletivo de plantas e animais, e sim de relações. É evidente que as plantas e os animais fazem parte dos ecossistemas, mas o que faz um ecossistema ser um ecossistema são as interações entre todos os seres que ali habitam. Assim, a restauração deve ser vista como a possibilidade de reconstruir lugares por inteiro, devolvendo a eles a alma e assim restabelecendo o espaço para as relações, para os encontros, para as possibilidades e conseq...

Onde queremos chegar com a restauração?

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por Ricardo Cesar* A palavra restauração foi utilizada em diversos contextos antes da ecologia, e é definida como “uma ação de fazer com que algo volte ao seu estado anterior”. Enquanto ‘voltar a um estado anterior’ é de certa forma possível em monumentos e obras históricas, a aplicação da restauração para ecossistemas é muito mais complexa, já que estes estão em constante  mudança. Nos seus primórdios, a restauração ecológica tinha como objetivo replicar ecossistemas do passado, trazer de volta todas as mesmas espécies e formas de vida que haviam ali anteriormente. No entanto surgiram questões conceituais e práticas sobre este objetivo conforme a restauração amadureceu como ciência, especialmente pela dificuldade em recuperar a complexidade de estrutura, composição e interação das florestas tropicais. Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira é exemplar de floresta madura na Mata Atlântica (Arquivo pessoal) Por exemplo, o ambiente onde a restauração florestal é realizada não é o m...

Por que as águas de março não fecham mais o verão?

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por Anani Morilha Zanini* Noticiários, palestras, debates, aulas, relatórios, seja em qualquer forma de comunicação, o aquecimento global e as mudanças climáticas são sempre assuntos abordados pela população, principalmente suas causas e consequências, e mesmo com uma enxurrada de informação, muitas pessoas ainda não compreendem, e muitas vezes nem mesmo acreditam no que está acontecendo. O fato é que, a temperatura do planeta está aumentando, as chuvas de março não fecham mais o verão, não dá para confiar na previsão do tempo, e o homem é o principal responsável por esses acontecimentos. Mas vamos tentar resumir todo esse complexo processo chamado efeito estufa ? O planeta Terra é envolto pela atmosfera, uma camada de gases. Parte da luz que a Terra recebe do Sol é refletida, porém a maioria dos raios consegue ultrapassar a atmosfera e atingir a superfície terrestre, sendo então refletida novamente com um comprimento de onda longo (radiação infravermelha). Uma vez refletida, essa rad...