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Mostrando postagens de agosto, 2021

Quais são os resultados de plantios de enriquecimento com as espécies de alto valor Mogno e Ipê-amarelo em clareiras de exploração florestal na Amazônia Oriental?

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Por Rodrigo Costa Pinto* Baseado no artigo de Pinto et al. (2021) O enriquecimento via plantio em clareiras é um tratamento silvicultural importante para aumentar a produção de madeira a longo prazo em florestas tropicais nativas, sem comprometer os seus serviços ambientais. Estudos que demonstrem a viabilidade de plantios em florestas nativas são necessários para promover a conservação do valor produtivo das florestas e evitar a sua conversão para outros usos da terra.  Plantios de enriquecimento com espécies raras, como o Mogno e o Ipê-amarelo, são muito importantes, pelo valor comercial dessas espécies e por apresentarem baixas taxas de crescimento e número de indivíduos em seus ambientes naturais. Por isso, a incerteza da presença dessas espécies em futuros ciclos de corte leva ao investimento no plantio.  Para contribuir com este debate, este artigo publicado na revista científica Forest Ecology and Management teve como objetivo avaliar tecnicamente e financeiramente o enriquecime

A Bioeconomia dos Produtos Não Madeireiros das Florestas Naturais

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Por Sandra Regina Afonso*   Crédito: Foto André Dib/ Acervo do Serviço Florestal Brasileiro O Brasil é o país com a maior área de floresta tropical do mundo. Conforme os dados publicados pelo Serviço Florestal Brasileiro 1 , possui cerca de 498 milhões de hectares, 58% do território, coberto por florestas naturais e plantadas. Desse total, cerca 488 milhões de hectares (98%) são compostos por florestas naturais e cerca de 10 milhões de hectares (2%) por plantadas. As florestas naturais brasileiras abrigam a maior biodiversidade do planeta, o que coloca o Brasil como principal nação entre os 17 países megadiversos. E, complementar a isso, e não menos importante, temos em nosso território uma diversidade única de povos e comunidades tradicionais, que vivem nas florestas e fazem uso da biodiversidade, em especial dos produtos florestais que não são madeira. Mas, a pergunta que fica é: O quanto estamos de fato aproveitando esse potencial? Essa atividade relacionada ao extrativismo de produ

Por que não Mata Atlântica 4.0?

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 Por Pedro Medrado Krainovic* O Brasil é um dos países de maior biodiversidade do planeta, mas enfrenta os desafios de ter que lidar com isso no contexto das mudanças climáticas e das pressões sociais e políticas relacionadas à coexistência homem-natureza. A Mata Atlântica brasileira reúne o desafio da restauração florestal – agenda de destaque na década para mitigação das mudanças climáticas – com o potencial socioecológico-econômico inestimável da nossa megabiodiversidade.  Muito se fala em bioeconomia e nos melhores arranjos ecológico-econômicos para os biomas brasileiros, principalmente para a Amazônia. Por que não Mata Atlântica 4.0?  No principal eixo econômico do país, onde há a concentração de indústrias, universidades e institutos de pesquisa, a necessidade de desenvolvimento técnico e científico de base ainda parece ser um entrave nesse campo, já que muitas perguntas práticas carecem de respostas emergenciais e de pesquisas de longo prazo ao mesmo tempo em que vivenciamos uma

Mata Atlântica com Neve, no Brasil?

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 Por  Giovana Reali Stuani* Você já imaginou viver em temperaturas negativas, com ventos extremos, geadas e até mesmo neve? Pois é assim que algumas espécies da mata atlântica vivem em regiões mais frias no sul do Brasil. Em certas regiões do Brasil, a temperatura média anual é de 14,5ºC, com os termômetros marcando até -8ºC e com ocorrência de neve em épocas mais frias. Mas como as árvores sobrevivem nesse contexto?  Figura 1. Foto: Mycchel Legnaghi/ São Joaquim Online, tirada na cidade de São Joaquim - SC em 2021. Segundo o IBGE, a vegetação na região é classificada como Floresta Ombrófila Mista Altomontana ou Florestas Nebulares, estando presente em 40% do território do Paraná, 30% de Santa Catarina e 25% do Rio Grande do Sul.  Essas florestas estão localizadas a mais de 1.000 metros de altitude, sendo a sua maior ocorrência no Parque Nacional de Aparados da Serra (Figura 2-a), na divisa dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e no Parque de São Joaquim localizado em Sant