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Mostrando postagens de agosto, 2020

Quais são as espécies mais frequentes utilizadas na restauração da Mata Atlântica?

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 *Por Matheus Santos Fuza      No meu dia a dia é comum eu falar ou escutar “que árvore é essa?”, principalmente nos campos do Projeto NewFor. Acredito que alguma vez você também já fez esse tipo de pergunta. Mas, você sabe o porquê é importante a identificação das espécies florestais?      Conhecer as espécies florestais é uma forma de entender as suas funcionalidades, por exemplo, há espécies voltadas para arborização urbana, madeireiras, frutíferas, dentre outras. Na   restauração florestal, as escolhas de espécies impactam diretamente o desenvolvimento e a dinâmica do plantio ao longo do tempo, ainda mais no Brasil, onde há uma grande riqueza de espécies florestais nativas que, normalmente, são separadas em grupos funcionais e sucessionais para facilitarem as suas escolhas na hora do manejo.        Após devida introdução e sendo a Mata Atlântica – mais especificamente em São Paulo – área de atuação do projeto NewFor, deixo-te outra pergunta. Saberia me dizer quais espécies são

Qual o papel dos laboratórios de pesquisa no fomento da ciência e tecnologia entre os graduandos?

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  *Por Nathália Virginia Veloso Aguiar Você tem notado que a tecnologia está evoluindo tão rapidamente que muitas vezes é até difícil de acompanhar? Se você tem essa percepção, deve gostar de tecnologia e ciência. Não é necessário ser uma pessoa apaixonada por ela para perceber que o conhecimento e a integração de técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos estão em constante evolução para a resolução de problemas de qualquer área. Em sua frase atemporal: “A ciência de hoje é a tecnologia de amanhã”, Edward Teller apontava a importância da ciência para a produção de tecnologia. Mas também está mais do que claro que a ordem dos fatores não altera o produto, pois a tecnologia de hoje é a ciência de amanhã. Isso porque a constante evolução tanto no meio digital, como na forma de equipamentos, tem viabilizado a aquisição de conhecimentos sistematizados através de inúmeras ferramentas. Em especial, destaco as que possuem potencial de solucionar  gargalos da sustentabilidade no meio r

Saúde Mental na pandemia: Por que precisamos falar disso?

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                                                         *Por Vitoria Duarte Derisso Caso você seja usuário das principais redes sociais ou consumidor dos jornais veiculados nos principais canais de comunicação, certamente notou um aumento significativo no uso da expressão “saúde mental” nos últimos meses. Em uma pesquisa rápida no filtro “notícias” do Google é possível encontrar quase 4,4 milhões de resultados que contém as palavras “saúde mental” e “pandemia” e visualizar esse aumento no Google Trends , isso porque os impactos causados pelo novo coronavírus na saúde mental da população são visíveis e considerados extremamente preocupantes, escancarando a necessidade de aumentar investimento em serviços de saúde mental. Em um país como o Brasil que já registrou até o mês de agosto de 2020 mais de 100.000 mortos e 3,1 milhões de casos confirmados de COVID-19, e que aniquilou 7,8 milhões de postos de trabalhos informais e formais [1], ultrapassando 4 meses de isolamento social é co

Como espécies do cerrado podem nos ajudar em sistemas produtivos mais sustentáveis neste bioma

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  *Por Patricia de Britto Costa O Cerrado é a savana mais biodiversa no mundo. Localizado na região central brasileira, e ocupando 22% do território nacional, conta com mais de 12.000 espécies de plantas. Aproximadamente 4.800 dessas espécies são endêmicas, ou seja, ocorrem apenas no Cerrado. Além de excepcionalmente biodiverso, ele fornece inúmeros serviços ecossistêmicos essenciais, incluindo aqueles ligados à manutenção de sistemas agrícolas. O Cerrado, por exemplo, é um importante provedor de água, contribuindo com 43% de toda água doce, desconsiderando a Amazônia, que se utiliza no Brasil. Além disso, é um grande sumidouro de carbono. Ou seja, ele retira o gás carbônico do ar mantendo-o estocado em seu subsolo, na forma de matéria orgânica e nas raízes profundas da vegetação, reduzindo assim o efeito estufa. Contudo, desde 1970 tem ocorrido uma massiva e descuidada expansão agrícola e pecuária no Cerrado. Observamos uma crescente destruição de áreas nativas para o uso do territóri

“Floresteiros” enclausurados: Como pesquisadores de campo têm reagido a Pandemia

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  *Por Leticia Bulascoschi Cagnoni       A equipe de campo do NewFor composta por bolsistas de treinamento técnico, alunos de graduação e pós-graduação é acostumada a passar pelo menos duas semanas por mês “no meio do mato”, viajamos em uma equipe de dez a quinze pessoas, que dormem e acordam, cozinham, caminham, trabalham na coleta de dados, e interagem juntas. As viagens de campo são nosso fôlego, nosso combustível e uma parte fundamental da nossa escolha profissional. Escolhemos as florestas e a pesquisa como ocupação e ficar em casa tem sido um dos maiores desafios para quem trabalha usualmente em campo/em interação com mais pessoas. Basicamente todas as atividades do nosso laboratório precisaram passar por uma transformação nesses quase cinco meses de pandemia e isolamento social. Tivemos que nos acostumar com uma rotina completamente diferente: a de escritório, na frente do computador. O trabalho não parou, muito menos a saudade da nossa interação social e com a natureza. E

Por que não devo chamar a Mata Atlântica de bioma?

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*Por Marina Melo Duarte      Você já deve ter lido em placas de museus, na internet ou até mesmo em leis a expressão “biomas do Brasil” referindo-se a Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia, Caatinga, Pantanal e Pampa. Até mesmo o IBGE utiliza essa denominação. Mas será que bioma seria mesmo o termo adequado a ser empregado nessa situação? A resposta, para a surpresa de muitos, é que não. Marco Batalha explica isso muito bem em seu artigo “ O cerrado não é um bioma ”, cuja leitura recomendo bastante. Biomas são conjuntos de comunidades biológicas que evoluíram sob fatores (principalmente climáticos) muito parecidos e seus organismos apresentam adaptações que os permitem sobreviver ali. Como consequência disso, o conjunto composto pela vegetação e por toda a fauna e micro-organismos associados a ela, dentro de um mesmo bioma, apresenta a mesma “carinha”, tem uma aparência geral muito semelhante (o que cientificamente chamamos de “fisionomia”). Por exemplo, os organismos de desertos, não i

Como aumentar o sucesso dos plantios de árvores?

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*Pedro H. S. Brancalion Baseado no artigo de Karen D. Holl & Pedro H. S. Brancalion Parece que todos os dias um político, empresário ou ONG ambientalista está anunciando uma nova iniciativa para plantar milhões, bilhões ou até trilhões de árvores. Muitos afirmam que o plantio de árvores pode resolver as mudanças climáticas, conservar a biodiversidade e fornecer renda aos pequenos agricultores. O plantio de árvores é realmente a bala de prata para resolver vários problemas ambientais e sociais? Não. Não é. Porém, o plantio de árvores bem planejado, juntamente com outras estratégias para proteger e aumentar a cobertura florestal, pode trazer muitos benefícios para as pessoas e milhões de outras espécies que dependem das florestas. Em um novo artigo no Journal of Applied Ecology , fornecemos orientações sobre como direcionar o entusiasmo pelo plantio em larga escala de árvores de maneira a maximizar seus benefícios. Um projeto de restauração florestal na Mata Atlântica do Brasil no mo