SOS Mata Atlântica: Clima, Água e a Restauração Florestal

Por Luís Fernando Guedes Pinto e Rafael Bitante

A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG ambiental brasileira que atua na promoção de políticas públicas para a conservação da Mata Atlântica por meio do monitoramento do bioma, produção de pesquisas científicas, projetos demonstrativos, diálogo com setores públicos e privados, fornecimento de informações para o aprimoramento da legislação ambiental, comunicação e engajamento da sociedade. Nossa missão é inspirar a sociedade na defesa da Mata Atlântica, gerar conhecimento e mobilizar recursos para promover políticas públicas que estimulem ações de restauração da floresta, a valorização dos parques e reservas e água limpa no bioma Mata Atlântica.

A Fundação SOS Mata Atlântica atua em projetos de restauração florestal desde 2000, executando cerca de 3 mil projetos. Ao todo, são mais 42 milhões de mudas plantadas, uma quantidade suficiente para cobrir 23 mil hectares de áreas restauradas ou em processo de restauração caso atinjam seu desenvolvimento completo. A restauração florestal não consiste unicamente no plantio de mudas de espécies florestais nativas da região, mas reproduzir, de fato, um ambiente nativo funcional. Os projetos são capazes de promover simultaneamente ganhos de biodiversidade, de qualidade de água, alimentos, emprego, renda e qualidade de vida.

Quando consideramos biodiversidade, mitigação e adaptação às mudanças climáticas e segurança hídrica, custo, risco de investimento e a probabilidade de florestas restauradas sobreviverem no futuro, a ciência destaca o bioma da Mata Atlântica como o melhor cenário global para a restauração florestal.

No ano de 2007, foi inaugurado o Centro de Experimentos Florestais Heineken Brasil, contribuindo para o aprimoramento da ciência da restauração florestal na Mata Atlântica, apoiando uma série de projetos e colocando à disposição o espaço para ensaios científicos. Junto ao projeto NewFor, mais uma vez o local é utilizado como laboratório a céu aberto, onde uma série de parcelas estão alocadas.

 

Foto 1: Centro de Experimentos Florestais. Fonte: Arquivo SOS Mata Atlântica

Vivemos um momento importante, onde ações voltadas para a restauração ecossistêmica são urgentes. O ano de 2021 marca o início da Década da Restauração de Ecossistemas, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), com a intenção de intensificar a restauração de ecossistemas degradados, combater a crise climática, melhorar a segurança alimentar e fortalecer a biodiversidade. Executar políticas públicas voltadas à restauração florestal na Mata Atlântica é uma das melhores estratégias para enfrentamento das mudanças climáticas, além de promover uma maior resiliência hídrica. Outro benefício é o sócio econômico, onde projetos são geradores de emprego e renda.

A proximidade e pontes com a ciência de ponta são essenciais para evolução e aprimoramento dos nossos projetos, e o apoio ao projeto NewFor está alinhado às nossas ações, aprimorando os conhecimentos para o enfrentamento das mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a degradação dos recursos hídricos.


Luís Fernando Guedes Pinto é Engenheiro Agrônomo e Doutor em Fitotecnia pela ESALQ-USP. Foi pesquisador visitante do Centro de Florestas Tropicais da Universidade de Oxford e é Professor da Pós-graduação da ESCAS-IPÊ. É Diretor de Conhecimento da SOS Mata Atlântica

Rafael Bitante Fernandes é bacharel em Biologia pela Universidade de Araraquara, especialista em Gestão Ambiental pela ESALQ-USP. É gerente de Restauração Florestal da SOS Mata Atlântica.

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