Em Busca da Terra 2.0

 Por Vinícius Melo Duarte

O ar atmosférico é, sem dúvida, um dos bens mais preciosos da humanidade. Uma pessoa pode sobreviver por cinco semanas sem alimentos, cinco dias sem água, porém nem cinco minutos sem oxigênio. E, apesar de todos os alertas dos cientistas, os níveis de poluentes atmosféricos, bem como o aquecimento global, vêm aumentando ano após ano, impulsionados pelo uso desenfreado de combustíveis não renováveis, além dos desmatamentos irregulares.

A OMS estima que, a cada ano, sete milhões de pessoas perdem a vida em decorrência de problemas de saúde relacionados à poluição do ar. Os grandes centros urbanos, cobertos por um céu acinzentado, apresentam-se cada vez mais impróprios para nossos pulmões. Mesmo antes da pandemia, o uso de máscaras em dias secos em cidades como Pequim e Tóquio já havia se tornado comum.

Figura 1 - Representação artística da baixa qualidade do ar nos grandes centros urbanos, antes da pandemia. Ilustração: Marina Melo Duarte.

Nesse contexto, a preservação da qualidade do ar há muito tempo deixou de ser um luxo e passou a ser uma necessidade. Porém, tão difícil quanto mudar esse cenário em curto prazo é convencer disso as autoridades dos países mais poluidores do planeta, os quais são direta ou indiretamente responsáveis pela situação em que a humanidade se encontra.

Diz o ditado que “papagaio velho não aprende a falar”. Daí a necessidade de dialogarmos diretamente com as crianças e com os adolescentes, mentes em formação. Mas como despertar o interesse ambiental em uma geração que já nasceu conectada à internet por meio de tantos apetrechos tecnológicos? A resposta não é banal e merece profunda reflexão.

Outro dia, enquanto assistia no YouTube a um vídeo muito didático explicando sobre o equilíbrio líquido-vapor na disciplina de Termodinâmica, fiquei abismado ao reparar que ele tinha apenas 14 likes. Fiquei imaginando quanto tempo o autor do vídeo havia levado para fazê-lo. E não me refiro apenas ao tempo de edição do vídeo, mas também a todo o tempo de formação necessário para sua capacitação. Foi inevitável projetar na mente a cruel comparação com os vídeos de adolescentes fazendo slime ou jogando Minecraft, os quais os rendem milhões de visualizações, likes, compartilhamentos e inscrições no canal.

Nada contra tais opções de lazer. Quem não gosta de se divertir com um jogo eletrônico ou presencial de vez em quando? Então penso que o diálogo com as crianças e adolescentes deve incluir atividades que despertem o interesse desse público de forma lúdica. Os meios que podem ser utilizados pela comunidade científica são variados, tais como feiras científicas, aplicativos de jogos com temática ambiental ou mesmo uma história interessante que prenda a atenção do leitor. Essa última foi a forma que eu escolhi para tentar fazer a minha parte, nem que ela represente uma gota no oceano.

Figura 2 - Capa do livro "Em Busca da Terra 2.0". Autor: Vinícius Melo Duarte. Ilustrações: Marina Melo Duarte.

E assim nasceu “Em Busca da Terra 2.0”. Esse livro infantojuvenil traz uma história envolvente, incluindo temáticas bem atuais, como viagens espaciais, pandemia do COVID-19, poluição atmosférica e preservação do meio ambiente. O leitor é levado a refletir sobre a possibilidade de um dia termos que abandonar o Planeta Terra, de tão maltratado pela espécie humana, em busca de um novo lar. As fortes palavras, no fundo, trazem uma mensagem positiva de valorização da ciência e de esperança no futuro da humanidade.

Figura 3 - Representação artística do Planeta Terra, destacando a riqueza de seus diferentes ecossistemas. Ilustração: Marina Melo Duarte.

Em tempos de pandemia, quando muitas pessoas perderam seus empregos ou tiveram a renda familiar drasticamente reduzida, nada como aliar literatura e solidariedade. Assim, toda a renda da venda dos livros está sendo destinada para ações assistenciais. Até o final de maio/2021, 29 famílias carentes já haviam recebido cestas básicas, graças aos leitores de “Em Busca da Terra 2.0”.

Figura 4 - Cestas básicas adquiridas com as receitas de venda do livro "Em Busca da Terra 2.0" em maio/2021. Imagem: Vinícius Melo Duarte.

Quem quiser conhecer melhor esse trabalho, acesse: http://linktr.ee/vmduarte 

Vinícius Melo Duarte nasceu em Goiânia em 28/07/1979 e reside em Uberlândia com a esposa e seus três filhos. É Engenheiro Químico por formação pela UFU (2003), se especializou em Gerenciamento de Projetos pela FGV (2007) e é mestrando em Engenharia Química pela UFU (2021), pesquisando sobre a qualidade do ar atmosférico de Uberlândia. Trabalhou por oito anos em indústria de alimentos e em 2010 ingressou no setor público. Atuou por três anos como Perito Criminal (PC-MG) e no presente é Perito em Engenharia Química do Ministério Público Federal, na área de meio ambiente. Escreveu sua primeira obra em 2018, sempre tentando passar para seus leitores uma mensagem positiva e de esperança no futuro da humanidade.

E-mail para contato: vmduarte@hotmail.com


Referências:

https://www.who.int/health-topics/air-pollution#tab=tab_1


Para saber mais:

http://linktr.ee/vmduarte 


Redes sociais:

Instagram: @viniciusmeloduarte

YouTube: youtube.com/user/vmeloduarte

Linkedin: linkedin.com/in/vinicius-duarte-5148689

Lattes: http://lattes.cnpq.br/8475696013909179









Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por que não devo chamar a Mata Atlântica de bioma?

A importância da conservação e restauração de nascentes

Introdução ao Novo Código Florestal (NCF) e Lei de Proteção da Mata Atlântica (LMA)